terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Quanto custa?


Quanto custa o pão nosso de cada dia? Uns 5 reais o quilo? E o absorvente de cada mês, uns 20 reais? A conta do restaurante? Do mercado? O aluguel? O condomínio? São muitas cifras. E tá aí o problema, o salário contém todas essas cifras? Ou será que esse mês a gente vai ter que ir na casa dos amigos e comer macarrão quase todo dia?

O pior é quando nós, meninos e meninas já grandinhos e "independentes" precisamos recorrer com dor no coração ao bom e velho "paitrocínio". E nessa hora começamos a escutar todo aquele discurso sobre se planejar, não gastar com besteira, etc., etc., etc. Ou então o questionário sobre o que fazemos com o nosso dinheiro. Aí dá vontade de falar que não precisa, que não é pra nada importante, se afundar um pouquinho mais no cheque especial, e sejá lá o que deus e o banco quiserem!

Então começamos a cortar custos. O almoço vira cachorro quente de carrinho com refrigerante Dolly, escolher marcas no mercado vira lenda, você já vai direto na fileirinha dos preços e pega o mais barato. Pensa mil vezes se realmente é necessário comprar mistura ou se dá pra viver de nuggets. Refrigerante, só se for Dolly ou Itubaína. Sabonete hidratante é muito caro, você compra o mais barato e a loção hidratante mais barata pra compensar. O shampoo mais barato e um creminho mais ou menos pra segurar a juba.


A pilha de contas a pagar vai crescendo. Um, dois, três dias de atraso. Aí você já decide que paga junto com a do mês que vem e pronto. Pede pra sua melhor amiga te proibir de ir ao shopping. Morre de vergonha de aparecer nos lugares com aquele mesmo vestidinho que disfarça a barriga e o sapato velho de guerra que não machuca o pé e que todo mundo já conhece. E o pior de tudo é que você mesma já fez algum comentário maldoso sobre outra pessoa do tipo "Você já reparou que fulana não tira aquela blusa?" então sabe que vão fazer algum comentário sobre você.

Mas uma hora você pára pra pensar e começa a reparar que todos os seus amigos vivem reclamando que estão com problemas financeiros. E sua família também. Assim como os colegas de trabalho. E vai se alcamando ao ver que não está sozinha no mundo.

É inegável que dinheiro é importante, e muito. Mas quando você entende que viver na "pindura" faz parte da vida de todo mundo e vai estar sempre presente na sua e, mais inportante, que isso não pode te impedir de se divertir, comprar aquele sapato que você está paquerando há meses antes de pagar o aluguel, e continuar conseguindo dormir tranquilamente mesmo assim. Afinal, se você tem dívidas, pior é pra quem você deve que está sem o dinheiro e não pra você que já o gastou.


Não ter dinheiro e ter dívidas faz parte de crescer. Quando isso se tornar uma coisa com a qual você não perde horas de descanso e diversão se preocupando, parabéns. Você acaba de entender que a vida é muito curta. Você está se tornando um adulto feliz.