segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Uma menina no puteiro.

Não sei se toda mulher, assim como eu, tem essa curiosidade aguçada sobre o mundo masculinoem geral. E desde que comecei a namorar com o João e conheci os amigos dele, muitas das histórias que eu ouvi se passavam num território quase que exclusivamente masculino (a não ser pras funcionárias), os famosos puteiros. Eu já tinha essa curiosidade antes, mas de tanto ouvir histórias engraçadas que se passaram nesses locais cismei: queria ir no puteiro.

Moro perto da Rua Augusta, reduto de puteiros para os que não podem (e às vezes nem querem) bancar a entrada e a utilização talvez, de um Bahamas ou Café Futô. E quase todos os dias passava na frente desses locais engraçados, e ao mesmo tempo tristes. Não sei se é um preconceito da minha parte, mas pra mim a vida das moçoilas funcionárias desses estabelecimentos não deve ter nada de fácil.

Mas, enfim... Eu queria ir no puteiro. Um amigo meu, Juliano, não queria deixar. Ele dizia que era perigoso eu ser confundida lá dentro, algum cara chegar em mim desrrespeitosamente, e acabar em confusão. Eu argumentava que não seria confundida, pois acho que as funcionárias da casa não costumam utilizar camiseta, calça jeans e all star como uniforme.

O João, meu namorido, não ligava. Só dizia que não tinha nada demais lá. Falava que concordava com a definição do primo dele, Gustavo: "Puteiro é igual uma balada. Você bebe, ouve música, dança. A única diferença é que você tem certeza que vai ver uma mina pelada."

Só que mesmo assim, eu ainda queria saber como é que era. Não que eu achasse que os meninos estivessem escondendo alguma coisa, só achava que a visão deles era diferente da minha. E, curiosa e teimosa que sou, consegui convencer. Fomos pro puteiro.

Estávamos em cinco meninos e duas meninas. Achei seguro, eram amigos o suficiente para que os outros frequentadores percebessem que estávamos acompanhadas e não trabalhando.



Os meninos, mais conhecedores desses estabelecimentos augustinos sugeriram o AS822. "É mais vazio, as meninas não são tão feias, etc." Por dez reais cada um, duas cervejas e um drink pra cada (achei muito mais "ecônomico" que as baladas comuns nesse aspecto, rs). Tá, o lugar tinha mais cara de quarto de motel gigante do que de balada. Sofás em volta, um palco com o famoso poste no meio e paredes espelhadas. Mas realmente estava meio vazio. Uns trinta homens, só eu e minha amiga, Camila, e as funcionárias, que eram três ou quatro quando chegamos, depois chegaram mais duas.

Eu só via as moças chegarem nos rapazes, sentando no colo, umas mãozinhas bobas, nada muito "estranho" para o que eu esperava. E então uma das funcinárias subiu no palco, fez suas acrobacias no poste (descobri que ser prostituta exige um tremendo preparo físico!), uns auto-tapas na bunda que eu achei mais engraçados do que sexy. Achei muito mais divertido ver a cara dos meus amigos do que a dança da moça (que aliás era feeeeia). Uma mistura de "cara de sexo" com "cara de cachorrinho abandonado".

Mas okay. Estava curiosa pelo anunciado na porta do estabelecimento: o show de sexo ao vivo. Meu deus! Eu nunca tinha visto sexo do lado de fora. Pelo menos não ao vivo. Duas e meia, três horas, três e meia... E nada de show. Só as funcionárias agarrando os rapazes (algumas vezes com "aproches" claramente propositais de zoar os pobres coitados) e criando situações extremamente cômicas pra mim. Não vou dizer aqui quais dos meus amigos participaram das situações, pra manter o anonimato deles. Mas alguns foram realmente atacados pelas moças, mas de uma forma, pelo menos para mim, muito mais engraçada do que sensual (só que as caras de sexo e cachorrinho abandonado continuaram! rs).

Depois de muito esperar e nada do show, meus amigos conseguiram com o cara da portaria do local entradas grátis para outro puteiro. O Coco Bongo. E fomos pra lá.

Era um pouquinho diferente. Mais escuro, muito mais funcinárias (com roupas muito mais variadas, desde biquíni simples e mínimo, até caça jeans e sutiã, passando pelas roupas "típicas") e um pouco mais cheio. Só que as funcinárias também era bem mais feias. Mas tudo bem. Uma foi pro poste. Essa sim impressionou pelo preparo físico! Acho que nem Daiane dos Santos consegue se pendurar no negócio daquele jeito! Palmas para a moça.

Ah! E esqueci de dizer que, tanto no primeiro quanto no segundo estabelecimento ainda não tinha visto nenhuma moça completamente pelada, apenas mostrando brevemente algumas partes. Somente a segunda moça que foi para o poste no segundo estabelecimento é que tirou a roupa toda. Mas gente, a moça estava realmente com cara de "Ai, como que preferia estar no talebã." Isso, aliás era bem dividido. Algumas moças tinham a mesma cara, outras pareciam estar gostanto mesmo do que faziam. E vários intermediários entre esses dois extremos.

Só que, mais uma vez, nada de show de sexo ao vivo. E então já eram mais de 5h. da manhã, e pra quem tinha subido a ladeira da Rua Barata Ribeiro antes a dor nas pernas já pedia a minha casinha. E fomos embora.

Essa é minha conclusão sobre os puteiros: música, bebidas baratas, sofás, e mulheres que estão somente e nada a mais (pra enfatizar) interessadas em ganhar suas vidas. Não cabe a mim julgar seus valores, a moral e nada que o valha. Estão lá num trabalhao nada fácil, mas assim também é o trabalho de muita gente que trabalha vestida, de terno, de calça jeans ou de uniforme.

Mas valeu pelas risada. As caras de bobo dos meninos definitivamente foi o mais divertido da noite.